A radiação eletromagnética está em toda parte.
Tem sido assim desde o início do Universo, mas a proliferação de produtos eletrônicos nas últimas décadas tem contribuído para aumentar de forma notável o volume de radiação gerada em nosso planeta, a ponto de se transformar em uma fonte de poluição e em uma alegada marca do Antropoceno.
Embora as alegações de que essemar de ondas eletromagnéticas possa causar problemas de saúde permaneçam controversas, a interferência eletromagnética pode ser sentida em aparelhos com ruídos, quedas de sinal e diminuição da velocidade nominal de transferência de dados, entre várias outras possibilidades.
A boa notícia é que é possível construir um escudo contra essas interferências em cada aparelho e, eventualmente, até mesmo em casas e prédios.
Um grupo de pesquisadores dos EUA e da Coreia do Sul conseguiram “limpar” a poluição eletromagnética usando uma finíssima camada de um nanomaterial conhecido como MXeno, descoberto há menos de dois anos.
Blindagem contra interferência eletromagnética
A blindagem contra a interferência eletromagnética hoje envolve o uso de um invólucro de metal, como cobre ou alumínio, ou um revestimento de tinta metálica. Vem funcionando razoavelmente bem, mas ao custo de aumentar o tamanho e o peso dos aparelhos e de oferecer limitações ao projeto desses aparelhos.
Um efeito melhor pode ser obtido com uma película de poucos átomos de espessura de carbeto de titânio, um dos cerca de 20 materiais bidimensionais que compõem a família dos MXenos.
Além de ser mais eficaz no bloqueio e na contenção da radiação eletromagnética, a película é extremamente fina e pode ser aplicada por aspersão em qualquer superfície – como a pintura.
Para substituir as películas de alumínio e cobre, a equipe constatou que basta uma camada de MXeno de 8 micrômetros, que alcança 99,9999% no bloqueio da radiação eletromagnética nas frequências que cobrem toda a faixa dos telefones celulares até os radares. O material superou até mesmo outros materiais sintéticos, como as fibras de carbono e o grafeno, que vêm sendo avaliados com o mesmo objetivo.
O próximo passo é escalonar o método de deposição do nanomaterial para aplicação industrial, para que ele chegue ao mercado.